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A Transformação das Técnicas de Animação no Mercado Publicitário

No ano do centenário da animação brasileira, fizemos uma reflexão sobre o potencial da animação atualmente e as inúmeras possibilidades que esse mercado pode oferecer. Confira!

As técnicas de Animação evoluíram ao ponto que hoje temos tantas opções para a composição de um vídeo que quase não há limites para a criação. Ao longo do tempo as técnicas foram evoluindo de “desenhos que se mexem” para a criação de mundos inteiros, indo muito além do que antes só podíamos imaginar.

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Inicialmente, tratava-se simplesmente de entender como dar movimento aos personagens e quais técnicas poderíamos utilizar para esse fim. As animações eram feitas apenas para o cinema, com menos de 5 minutos, e os animadores exploravam os movimentos que davam vida aos personagens. Das novas ferramentas que surgiam, em 1914 o norte-americano Earl Hurd revoluciona o mercado: com o simples processo de desenhar por sobre as folhas transparentes de celulóide, os animadores eram poupados de ter de redesenhar várias vezes os mesmos cenários e personagens. Novos mundos começaram a ser criados e apresentados ao nosso mundo.

Depois de um tempo, notaram que essa técnica também permitia criar animação por cima das imagens filmadas em live-action, explorando ainda mais a fluidez dos movimentos, e surgiu “Alice Comedies”, uma série criada por ninguém menos que Walt Disney, que se destacava ao mesclar as filmagens de uma garotinha real com cartoons pintados por cima dos frames do video. Tão logo, a animação ganhava uma nova função. Ela passava a se misturar com as filmagens reais e interagia com a nossa realidade, transformando-a.

Dessa forma, Alice, do conto de Lewis Carrol, começava a ser eternizada na mente de das gerações desde então, ao passar por diferentes técnicas, desde o “Alice Comedies” ao clássico longa em 2D, e mais recentemente com a belíssima Wonderland retratada em 3D por Tim Burton, entre outras muitas adaptações que continuam a impulsionar ainda mais as vendas em licenciamento e product placement para a Disney e movimentam esse mercado.

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E não foi só a Disney que notou o retorno financeiro causado pelo encantamento de seus personagens. Pouco a pouco as marcas foram aderindo animação para suas campanhas a fim de trazer valor e modernidade para seus produtos, virando tendência no meio publicitário. E com o dinheiro de um novo mercado, as técnicas puderam começar a se evoluir e inovar.

Vários estilos, softwares e ritmos foram surgindo e se popularizando. E mesmo com a evolução da Computação Gráfica (CGI), a arte clássica da animação como o desenho tradicional ou o Stop Motion continuaram a trazer um tom especial para os projetos. Em alguns casos, o CGI consegue simular essa técnica tão bem que quem assiste quase não consegue diferenciar qual das técnicas está sendo utilizada. Os movimentos da personagem podem ser feitos em um 3D pausados para transmitir a sensação de uma animação feita em Stop Motion, por exemplo, como é o caso do projeto Arno (abaixo).

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E por falar em não saber qual técnica está sendo utilizada, o que dizer dos Efeitos Visuais (VFX), que criam mundos inteiros como o da trilogia de Senhor dos Aneis ou da série Game of Thrones e nos fazem perder a distinção do que é real, o que foi filmado, e o que foi criado por computador? A marca se fortalece ao ponto de não vender só DVDs; GoT chegou a ganhar até mesmo uma marca de vinhos, transformando o produto audiovisual (a série) em produto mercadológico (vinhos, camisetas, action figures, padaria temática…).

E só na publicidade falamos de 3 usos para a animação: o licenciamento de personagens famosos em produtos (Alice), campanhas que criam seus próprios mundos (Arno) e séries que passam um estilo de vida que promovem o consumo de produtos com mesmo lifestyle e se tornam novos produtos (GoT).

O melhor, além das evoluções dos CGI, é estarmos vivendo na era dos gadgets, que trazem novas plataformas para os conteúdos, como é o caso dos óculos de Realidade Virtual (VR) que, ao invés de trazer mais “animação” para o nosso mundo, são capazes de nos transportar para dentro do mundo digital, onde podemos caminhar completamente imersos pelo que a imaginação nos permitir criar. Ou mesmo a Realidade Aumentada (AR), que usa a tela do celular para mostrar uma realidade mista (real e animação), e tende a se popularizar cada vez mais nos próximos anos, pela praticidade e multiplicidade de funções que pode oferecer.

Mas a verdade é que, seja utilizando a técnica 2D, 3D, VR ou Stop Motion, ou mesmo desenhando à mão  frame a frame, precisamos aproveitar as diferentes técnicas para mesclá-las com criatividade e inovação para impactar cada vez mais as pessoas, criando experiências que transmitam a mensagem de forma marcante e eficaz. Encantar.

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